Projeto v15.4n7hr0p05 || Soundscapes . Paisagens Sonoras

Breve histórico

O projeto Visanthropos || Soundscapes.Paisagens Sonoras teve início no ano de 2021, num cenário global ainda pandêmico. A minha intenção inicial era captar sons da natureza e utilizar em curtas trilhas sonoras para podcasts. A curiosidade pela documentação sonora de cerimônias religiosas veio de imediato, mas as restrições ocasionadas pela pandemia reduziram as ofertas de eventos com público e isso criou um vácuo criativo fantástico: no caos anódino do cotidiano, os ruídos aleatórios surgiram como um instigante motivador de captações. Daí para a descoberta do conceito de soundscape, foi um pulo. Para quem vem da fotografia, como eu, a landscape foi a porta de entrada e o portal intersemiótico para a compreensão mais profunda dos potenciais do “novo” sentido.

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Realizações atuais

Em conexão direta com os programas de pós-graduação em Ciências da Religião (PPGCR) e Cinema (PPGCINE) da Universidade Federal de Sergipe, está em desenvolvimento o projeto de extensão Visanthropos || Soundscapes.Paisagens Sonoras. Esta ação está conectada ao projeto de pesquisa “Trocas, fluxos e circulações: Ritos contemporâneos”, e propõe também ser uma instância empírica das ações do grupo de pesquisa CNPq Observare/Expressão Religiosa, imagem e som. De caráter extensionista, a produção dá continuidade a ações de captação fonográfica e produção de memória sônica a partir da documentação de Paisagens Sonoras (PS: registros de ambientação sonora a partir de sons naturais, artificiais, tecnológicos, sons de circulação/fluxo e de cerimônias religiosas) para a composição de um banco de áudio e a eventual utilização em trilhas sonoras de produções musicais, audiovisuais e em podcasts imersivos.


Além da documentação sonora, a ação tem como objetivo disponibilizar para o grande público acervos fonográficos em plataformas digitais gratuitas especializadas (Soundcloud, Freesound, Spotify, Deezer, Apple Music, Google Podcasts, Amazon Music, Castbox, Overcast, entre outras). As atividades de gravação em campo envolvem a captação sonora com gravadores digitais e analógicos, microfones móveis e fixos, uni ou omnidirecionais e sistemas de percepção binaural e ambisonic, a partir de espaços populares de circulação, contato direto com a natureza ou emissões sonoras industriais e tecnológicas. Para cada ambiente gravado é gerado um mapa sonoro, que, com a captação de áudio, pontua espacialmente as variações do som ambiente.


Como se trata de uma ação prática de planejamento, captação, edição e mixagem de som, toda a operação produtiva privilegia um processo de ensino e aprendizagem versátil e muito benéfico para estudantes de graduação e pós-graduação vinculados ao projeto. A proposta de trabalho envolve um alto potencial de inovação tecnológica convencional (uso de recursos de gravação binaural e ambisonic em contextos narrativos, por exemplo) e tem potencial para ampliar a inovação cultural (a partir da revelação e interpretação do patrimônio sonoro) e social (interatividade e produtividade a partir da apropriação deste patrimônio sonoro).


Além disso, a ação busca integrar iniciativas de pesquisa em contato direto com as diversas comunidades sergipanas envolvendo os cursos de Design Gráfico (graduação), Ciências da Religião e Cinema (graduação e pós-graduação). Espera-se, através desta ação, ampliar a visibilidade da Universidade Federal de Sergipe, na sua condição de produtora e difusora do conhecimento e da memória social, valorizando o registro sonoro e a apropriação do patrimônio sonoro local.

Kit de captação sonora, 2021
Set de captação sonora em operação, São Cristóvão-SE, 2023